POR AQUI
Não, não posso mais
Me alimentar sadiamente
De vegetais, de animais,
Pois, a folha, o fruto, a semente
Têm estado tão estranhos!
Epa! Contém perigo, embora tão atraentes.
Sim, são vegetais
envenenados,
Agrotóxicos proibidos,
Todo dia liberados.
Por aqui, o bom senso foi naufragado
E continua amordaçado.
Animais são confinados
E cruelmente procriados.
E os hormônios que os fizeram crescer
Antes de amadurecerem,
Juntam-se ao remédio
Que cessa a sangria
E me faz adoecer.
Por aqui, a mata arde em chamas,
Clama por socorro.
E a árvore cai pela motosserra.
Indígena quer preservar,
Político quer devastar,
E capitalista só quer lucrar
Sobre o que é sagrado,
Sobre o que é um bem
Tão inestimável.
A Amazônia é santuário,
Não deveria ser explorado
Em nome do mercado.
Nem tudo deveria estar à venda.
Pois a vida, a biodiversidade
São dignas de respeito.